Poesias

                               
               ÍNTIMO





     Introspectivo em cogitação
     Na quimera humana um desalento!
     De imediato ímpeto! Uma canção
     Panegíricos carnais do sofrimento.

     Cantam as ninfas escrupulosas
     Jactam da beldade utópica
     Num desvaneio de sedução
     Na loucura eterna do pensamento.


                                                                                                                                    Francisco Cruz                                                 





Mar de discórdia 

           


Mar de discórdia
Revelaste-se ingênuo
Indiferente, indolente.
Ó Atlântico! mar escravista
Que a muitos negaste a vida
Agrilhoados em navios tumbeiros
Negros desterrados do próprio eito.
Bantos ou sudaneses,  ladinos ou boçais
Negros forjados nos trabalhos braçais!
Ó Mar tenebroso, Lendária criatura
porque jaz morto?
Inerte nesta penúria
Ó escravos
Servos da algema, da senzala, e do gargalho
Imersos estás na penumbra
Da morte sádica
                                                         Que te esperas.

          
         
        Francisco Cruz 






DOLO OU CULPA?




Ode jaculatória a mortandade
Impureza de um pecado improbidoso
Oriundo das macabras e lúgubres concupiscências
Da serpente: falaciosa oratória, abastada em insalubridade.

Homem devasso, criatura perversa
Impotência de espiritualidade, putrifica quimera!
Nefasto, dissimulado, na própria penúria
Equívoco de Deus na criação perfeita.

Maçã do bem e do mal
Corolário mortal.
Provaste do que eras
Iludido pelo dever-ser divino.

A finitude da imortalidade, é sua sombra.
Não há outro caminho
O paraíso que eras seu já não é agora
Criatura julgada em dolo ou em culpa?


04/07/2013
Em uma daquelas tardes chuvosas!
                                                                                                                    Francisco Cruz 





Espelho

O espelho...ah! o mais parnasiano e realista do existencialismo humano. Olavo Bilac?! (risos) De suas feições parnasianas, nada restaram, senão sua própria finitude poética, material, sua métrica farsante, seuarranjinho de letras! Que nada representam da realidade. O espelho?! Não há nada que não represente, eis o verídico poeta parnasiano, senão o único! Não  há o que pensar, não há o que escrever, não há o que falar, seu diagnóstico representativo dos entes enquanto entes, confundi-se com a própria realidade.
E o ser humano?


Incompreensível espécie de valores múltiplos  ofuscados e vesgos, incapazes de compreender a si próprio  buscam na limpidez do espelho enxergar suas próprias aparências






Francisco Cruz 


BOEMIAS DA VAIDADE

 

Ninfas perniciosas em procissão de pecado
A matéria humana?  Protagonista dissimulado!
Pé ante pé, seguem a ladainha
Um limiar de odes, nefastos em idolatria.

De seus pecados contarei:
São três as ninfas escrupulosas
Cujos nomes imemoriais
Dertiei-me a chama-las por ordem.

A PRIMEIRA: UMA ALCOVITEIRA
Que tem por oficio a vida alheia.
Conhecida por Leva-e-traz
Agora Peçonhenta língua, réu juízo.

A SEGUNDA: UMA ATAFONEIRA
Que o moinho a delegou como oficio
Moeu a propria ganancia
Agoras mendicas migas!

A TERCEIRA: UMA COVEIRA
Que a defuntos cuidou de sepultar
Em covas ociosas e vadias
Que o tempo cuidou de assentar.

Boêmias da vaidade
Facetas grotescas, despidas de equidade
A morte perenal esposa fiel
Seguis a total angustia que te esperas.



ALCOVITEIRA: mexeriqueira, Tagarela
ATAFONEIRA: Que trabalha em um moinho.
 FRANCISCO CRUZ 

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